Evento no próximo sábado marca Dia Internacional de Combate à Homofobia


No último dia 10 de maio, duas travestis foram assassinadas na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Em 2013, em todo o país, o número chegou a 312 assassinatos de pessoas LGBTs. Para denunciar essa crescente violência será realizado um grande ato no próximo sábado, 17 de maio, a partir das 14h, na Praça 7, centro de BH. Denominado “17 de Maio – Dia Internacional de Luta contra a Homofobia”, o evento é realizado por várias entidades que defendem direitos LGBTs e direitos humanos. A iniciativa tem o apoio do  Una-se contra a Homofobia.

“No ano passado foram mortas 13 travestis e transexuais na capital mineira. Faltam políticas públicas para essa população na área de segurança, educação e saúde. Elas continuam invisíveis. Essa situação precisa mudar”, afirma Anyky Lima, presidenta do Cellos-MG, uma das entidades que organiza o ato.


Anyky Lima (à direita segurando a bandeira) denuncia a 
 violência contra a população trans

São reivindicações principais do ato o fim da violência contra a população LGBT, a despatologização das identidades trans e o fim do machismo e da lesbofobia.  “Sofremos uma dupla opressão: por sermos mulheres e por sermos lésbicas. Nossa sexualidade é sempre questionada e tratada como fetiche masculino”, explica a estudante Gabriela Lamournier, integrante do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG - NUH. “Somos donas de nossos corpos e desejos”, defende.

Para o bibliotecário Mateus Uerlei, mestre em Ciência da Informação, militante do Juntos! BH e do Cellos-MG, o ato ganha maior relevância por reunir aproximadamente 30 entidades na organização. “É uma novidade termos tantos grupos e entidades de Minas e do Brasil na realização do ato. O tema se faz mais do que nunca necessário e urgente. Em 2014, até o dia 27 de abril, já ocorreram 120 assassinatos, ou seja, mais de uma morte por dia. Mesmo assim há uma carência de políticas públicas efetivas de combate a essa violência”, aponta Mateus.

Colóquio sobre violência contra travestis e transexuais ocorre nesta quarta, 7 de maio

A crescente violência contra travestis e transexuais na região metropolitana de Belo Horizonte tem preocupado. Essa situação motivou  o “1°Colóquio sobre (In)Visibilidade Trans: Direitos Humanos e enfrentamento da violência”, que ocorre no próximo dia sete de maio (quarta-feira), às 17h, no 3°andar (no Território Livre) da Faculdade de Direito e Ciências do Estado, no centro de BH. A entrada é franca e não requer inscrição. O evento é uma iniciativa de estudantes dos cursos de Direito, Ciências do Estado e Psicologia da UFMG e conta com a parceria do Una-se contra a Homofobia

“Essa violência contra travestis e transexuais permanece invisível no nosso país. É uma questão de direitos humanos e acreditamos ser papel da universidade promover o debate. Planejamos o colóquio trazendo nomes nacionais que discutem o tema. O momento é oportuno, já que 17 de maio é o Dia Internacional de Combate à Homofobia”, explica Olívia Paixão, estudante de Direito da UFMG e uma das organizadoras do evento.

Os organizadores do colóquio, como Olívia Paixão, promoverem uma campanha nas redes sociais para denunciar a violência contra travestis e transexuais


Como debatedores, o 1°Colóquio sobre (In)Visibilidade Trans traz a presidenta da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra),  Cris Stefanny, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo (PT), e Raul Capistrano, colaborador na pesquisa “Transexualidades e Saúde no Brasil”, do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG (Nuh/UFMG). A mesa será coordenada pela doutoranda em Psicologia Social da UFMG Rafaela Vasconcelos.

Uma das grandes novidades do Colóquio será a disponibilização de uma impressora para travestis e transexuais requererem a confecção de cartões do SUS utilizando seus nomes sociais. “Este direito já é garantido pela Carta de Usuários do SUS, mas não é amplamente conhecido. Muitos funcionários dos postos de saúde não utilizam o nome social de travestis e transexuais por desconhecimento desta Carta”, explica Olívia Paixão. A vinda da impressora foi uma iniciativa do Nuh/UFMG em parceria com o Ministério da Saúde / DATASUS – Departamento de Informática do SUS. Os cartões serão confeccionados no 1°andar da Faculdade de Direito e Ciências do Estado. Para obter o cartão é necessário levar um documento de identificação. O serviço é gratuito.